Após a retirada do sigilo do relatório da Polícia Federal sobre o ”inquérito do golpe”, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi revelado que o grupo investigado chegou a detalhar um plano para abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil.
Os detalhes do documento produzido pela PF apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então chefe de estado na época, “tinha plena consciência e participação ativa” nas ações clandestinas promovidas pelo grupo.
”Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência e participação ativa”, escreveu a PF no relatório.
Segundo o g1, o relatório detalha que os envolvidos realizaram práticas para tentar subverter a ordem constitucional e inviabilizar a transição democrática de poder. Os desdobramentos da investigação colocam Bolsonaro como uma figura central no esquema, que teve início ainda durante o mandato presidencial.
Mensagens subtraídas do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, provam que o então titular do Planalto participou das ações de “pressão” ao comandante do Exército para que aderisse à trama golpista.
”Ademais, as ações de pressão ao comandante do Exército, como a denominada ‘Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro’ teve ciência e autorização para ser elaborada e, posteriormente, disseminada, pelo então presidente Jair Bolsonaro”.
Além disso, a investigação aponta que Bolsonaro recebeu a minuta do golpe diretamente do assessor Filipe Martins e do advogado Amauri Feres Saad. O documento detalhava ”diversos ‘considerandos’ (fundamentos dos atos a serem implementados)” que incluíam interferências do Poder Judiciário no Executivo e a prisão de autoridades e a realização de novas eleições.
Entre elas, os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
No entanto, em sua delação, Mauro Cid afirmou que o então presidente devolveu o documento determinando ajustes, mantendo ”apenas” a determinação de prisão do Ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições presidenciais. As informações são do G1.
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