O ciclo menstrual está a moldar o seu comportamento, eis a explicação
- Vandinho

- 4 de nov.
- 3 min de leitura

comum associar-se comportamentos de ansiedade, irritabilidade e desconforto ao ciclo menstrual. Mas será mesmo assim? Afinal, qual é a origem destes problemas?
Nem só de dores de barriga se que queixa uma mulher ao longo do ciclo menstrual. Aliás, alguns estudos já confirmaram que os sintomas anteriormente identificados não dependem exclusivamente de dores físicas. Alguns desconfortos, sejam eles de cariz físico ou psicológico acontecem desencadeados por outros fatores.
Um estudo recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), mostra isso mesmo. Os dados revelam que 23% das mulheres inquiridas relataram ter sentido ansiedade, stress, vergonha ou mal-estar por falta de acesso a produtos menstruais adequados, enquanto 12,8% enfrentaram dificuldades para obter a quantidade suficiente para uma boa higiene.
Ainda assim, os sintomas como a ansiedade não se restringem à necessidade de corresponder financeiramente a estes custos associados à menstruação. A instabilidade do humor pode ser influenciada por pequenos estímulos emocionais, seja antes ou durante o período menstrual, contam especialistas ao National Geographic.
Estudos realizados em ratos e noutros mamíferos mostram que o volume de regiões específicas do cérebro pode alterar significativamente em resposta ao estrogénio, que se trata das hormonas sexuais produzidas pelos ovários.
O National Geographic avança que exames recentes de ressonâncias magnéticas ao cérebro de mulheres mostram que os efeitos do ciclo menstrual — "o período de 29 dias em que as hormonas oscilam, preparando os órgãos reprodutivos para uma possível gravidez" — remodelam drasticamente regiões do cérebro que "governam as emoções, a memória, o comportamento e a eficiência da transferência de informações".
A psiquiatra e neurocientista Julia Sacher confirma à mesma fonte que "o cérebro adulto pode mudar muito rapidamente”.
Estas alterações químicas no cérebro, de acordo com a rede de saúde CUF, podem provocar flutuações nos níveis de serotonina (um neurotransmissor que se pensa ter um papel importante no humor) podendo desencadear sintomas de síndrome de tensão pré-menstrual. Níveis insuficientes deste imunossupressor podem contribuir, por exemplo, para a depressão pré-menstrual, fadiga, desejos alimentares e problemas de sono.
Os sintomas conhecidos e associados à síndrome de tensão pré-menstrual (TPM) explicam, portanto, que as variações de humor podem ocorrer mesmo sem a mulher estar menstruada. Alguns sinais podem surgir até dez dias antes da menstruação e podem desaparecer quando a menstruação começa.
No entanto, os profissionais de saúde sublinham que estas condições variam de mulher para mulher e de mês para mês.
Segundo a rede de saúde CUF, há sintomas de TPM mais severos do que outros, mas regra geral, estes são os mais comuns:
Sintomas físicos
Fadiga
Dor de cabeça
Dor de costas
Dor muscular ou articularInchaço abdominal
Cólicas
Crises de acne
Aumento do peso associado a retenção de líquidos
Sensibilidade mamária ou inchaço
Obstipação ou diarreia
Intolerância ao álcool
Menor tolerância ao barulho ou à luz
Oleosidade capilar
Manchas na pele.
Sintomas psicológicos
Tensão ou ansiedade
Alterações de humor e irritabilidade
Alterações do apetite e sentir desejos por comida
Estado depressivo
Crises de choro
Problemas de sono, como insónia ou sono exagerado
Dificuldades de concentração ou de memória
Alterações da libido, como menor desejo sexual.
Ainda assim, há casos em que estes sintomas podem ir mais longe e provocar outras patologias, como síndrome de intestino irritável; depressão e distúrbios de ansiedade; síndrome da bexiga dolorosa, cistite ou dor pélvica; síndrome de fadiga crónica e fibromialgia.
Além disso, os especialistas alertam que a síndrome de tensão pré-menstrual pode agravar alguns problemas de saúde, como alergias, enxaquecas, asma e doenças da tiroide. Noticias ao Minuto








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