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Pastor critica cachês altos de cantores gospel: “Isso é uma vergonha”

  • Foto do escritor: Vandinho
    Vandinho
  • 16 de jun.
  • 2 min de leitura
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O pastor Jece Goes, fundador e líder do Ministério Canaã, sediado em Fortaleza (CE), fez duras críticas aos altos cachês cobrados por cantores gospel em eventos religiosos. Durante uma pregação, Goes revelou que há dois meses tenta contratar artistas para programações da igreja, mas enfrenta pedidos entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por apresentação.


“Temos contatado cantores diariamente. Os valores são incompatíveis com nossa realidade”, lamentou o pastor. Mesmo artistas com propostas mais acessíveis exigem bandas completas com seis a dez integrantes, estrutura que, segundo ele, não condiz com os princípios e o perfil do ministério.


Goes também relatou que alguns nomes solicitaram relatórios prévios com estimativas de público, o que ele considerou um desrespeito. “Isso é uma vergonha. Onde está o respeito ao Evangelho?”, questionou, denunciando o que considera uma comercialização da fé.


Setor em alta


A polêmica acontece em meio à crescente profissionalização da música gospel, um mercado que movimentou aproximadamente R$ 1,5 bilhão em 2023, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Música (ABPM), o equivalente a 2,5% do setor fonográfico nacional.


Dados do Ecad mostram que, em 2022, as arrecadações de direitos autorais da música gospel atingiram R$ 98,6 milhões, um crescimento de 23% em relação a 2021. O avanço acompanha o aumento do número de evangélicos no país: de acordo com o IBGE, eles já representam 31% da população brasileira.


Além dos números, a música gospel ganhou espaço significativo no rádio: são cerca de 600 emissoras dedicadas exclusivamente ao gênero, o que representa 15% do espectro nacional de rádio, conforme levantamento da Kantar Ibope Media.


“Deus não me chamou para multidões”


Diante das dificuldades e exigências do mercado gospel, Jece Goes reafirmou sua missão espiritual: “Deus não me chamou para pregar para multidões. É para um, para dois, para muitos… Quem reúne o povo é Deus”, afirmou. Ele defende que o ministério deve ser guiado por propósito, e não por contratos.


O líder religioso ainda criticou o que chamou de busca por “visibilidade e fama” por parte de alguns artistas gospel. Segundo ele, o foco deve ser espiritual, e não comercial.


Fé, negócios e tensão


A crescente profissionalização da música cristã tem gerado tensões entre missão religiosa e modelo de negócio. Em regiões periféricas, onde as igrejas funcionam como verdadeiras redes de apoio, o gospel cumpre papel social relevante, com letras que exaltam a esperança, superação e fé.


No entanto, líderes como Jece Goes vêm chamando atenção para os riscos de transformar a evangelização em produto, reforçando o apelo por um retorno às raízes da fé e do compromisso com o Evangelho.

Com informações Metrópoles.

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