A Polícia Federal (PF) concluiu, em relatório que embasou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que houve desvio de joias avaliadas em R$ 6,8 milhões. Inicialmente, foi divulgado – erroneamente – que o desvio chegava a R$ 25 milhões.
Segundo a investigação, os itens, recebidos como presentes por autoridades estrangeiras, foram vendidos no exterior para benefício pessoal de Bolsonaro e de sua família. O relatório da PF aponta que ocorreu “uma associação criminosa voltada para a prática de desvio de presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro e/ou por comitivas do governo brasileiro, que estavam atuando em seu nome, em viagens internacionais”.
Os valores provenientes das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e integraram o patrimônio pessoal de Bolsonaro, utilizando-se métodos para ocultar a origem e a propriedade dos recursos.
No desenrolar da investigação, Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciadas pela PF. Entre os indícios coletados, há suspeitas de lavagem de dinheiro e associação criminosa, crimes que, segundo a polícia, foram cometidos para reintegrar “dinheiro sujo” na economia formal.
“A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”, afirmou a PF.
Os documentos do indiciamento foram protocolados pelo órgão no Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (5/7). Além de Bolsonaro, foram citados na investigação nomes como Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, advogados do ex-presidente, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está analisando se denunciará Bolsonaro pelos crimes imputados. Caso isso ocorra, caberá à Justiça decidir se o ex-presidente se tornará réu. G1
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