Com as recentes mudanças organizadas pela FIFA, o cenário dos clubes de futebol ganhou dois torneios importantes para definir a melhor equipe do mundo. E para ter uma vaga nas duas competições, Atlético Mineiro e Botafogo vão a final da Libertadores de 2024 com muito mais que um título continental a disputar.
Um breve histórico do Mundial de Clubes
Desde os anos 60, os campeões da América do Sul e da Europa disputavam um torneio anual para definir quem era a melhor equipe do mundo. Conhecido por muitos anos como Intercontinental ou Mundial de Clubes, a competição se iniciou com duas partidas entre as duas equipes e rendeu polêmicas dos dois lados.
Nos anos 80, a empresa japonesa Toyota levou a competição ao Japão, transformando-a em uma partida única e aumentando o seu alcance televisivo por todo o mundo e fazendo com que a FIFA, nos anos 2000, projetasse o seu próprio torneio entre campeões continentais.
Com a primeira edição acontecendo ao mesmo tempo que a final japonesa, demorou até 2005 para que o Mundial de Clubes da FIFA se tornasse a única competição que definiria o maior time do mundo de uma temporada.
Em um novo formato, proposto pela FIFA, foram incluídos os campeões de outros continentes antes relegados – como América do Norte e Central (Concacaf), África, Ásia e Oceania – além do representante do país-sede de determinada edição. O torneio não rendeu surpresas em relação aos vencedores, mas trouxe “zebras” e projetou alguns clubes africanos e asiáticos como finalistas da competição.
O crescente aumento da hegemonia europeia e a insistência da FIFA em aumentar cada vez mais o torneio, fez com que a entidade máxima do futebol criasse a Copa do Mundo de Clubes, que terá sua primeira edição em 2025 e será realizada apenas de quatro em quatro anos. Entretanto, um torneio anual entre os campeões continentais não foi descartado e segue existindo, com um novo formato.
Intercontinental 2024 e sua nova fórmula
Diferente das edições anteriores, que eram em caráter de jogo único eliminatório com europeus e sul-americanos entrando apenas nas semifinais, a nova fórmula do Mundial (agora chamado torneio intercontinental) tem uma estrutura que divide o mundo em blocos e premia as etapas com troféus próprios e independentes.
De um lado temos os campeões africanos, asiáticos e da oceania disputando a Copa África-Ásia-Pacífico, com os vencedores da América do Sul e América do Norte/Central se enfrentando para definir o campeão do Dérbi das Américas. O vencedor das duas etapas se enfrentam na Copa Challenger, com o campeão desta partida decidindo a Copa Intercontinental com o campeão da Europa em jogo único.
Ao vencer a Libertadores, Atlético Mineiro ou Botafogo enfrentarão ainda esse ano o Pachuca do México pelo Dérbi das Américas. O vencedor enfrenta o Al-Ahly do Egito na Copa Challenger, enquanto o Real Madrid espera o campeão desta etapa para disputar a grande final.
Copa Mundial de Clubes e o seu polêmico formato
Com moldes de Copa do Mundo, a Copa Mundial de Clubes é a nova proposta da FIFA para um grande torneio entre associações dos quatro continentes. Com periodicidade de acontecer de quatro em quatro anos, a competição reunirá 32 equipes que serão divididas em oito grupos de quatro equipes.
Por esta nova fórmula, os continentes tem um número de vagas irregulares, com 12 equipes europeias, seis sul-americanas, quatro asiáticas, quatro africanas, quatro da América do Norte/Central, uma da Oceania e uma do país sede.
O torneio será realizado nos EUA em 2025 e tem apenas uma vaga em aberto, que é justamente do Campeão da Libertadores deste ano. Com isso, Galo ou Fogão tem no título do torneio a chance de se garantirem em dois torneios mundiais ao mesmo tempo.
O problema é que esta Copa Mundial de Clubes não tem agradado algumas equipes, principalmente as europeias. Atletas e dirigentes reclamam que o torneio não só ultrapassará o limite de jogos da temporada, como será realizado em um período de férias no calendário do velho continente. AratuOn
Comments