O principal suspeito de ter matado a delegada de Polícia Civil Patrícia Neves Jackes Aires confessou que cometeu o crime e deu detalhes sobre como a situação ocorreu.
Em vídeo obtido pelo Informe Baiano e acessado pelo Aratu On, Tancredo Neves Feliciano de Arruda informou que usou o cinto de segurança do veículo para tirar a vida de Patrícia, alegando estar se defendendo.
“Foi o cinto [de segurança]. Ela veio para cima de mim e eu perdi a cabeça. […] Puxei para trás com a mão. Enrolou e puxou”, afirmou Tancredo durante audiência de custódia ocorrida nesta segunda-feira (12/8).
Ele afirmou ainda que saíram para jantar após uma briga e que a delegada havia bebido muito. Em seguida, o casal, que estava no município de Santo Antônio de Jesus, seguiu para Salvador, quando, após mais uma discussão, a policial puxou o volante do carro, fazendo com que o veículo fosse parar dentro de uma área de vegetação, em São Sebastião do Passé, onde o corpo foi encontrado.
Em seguida, o suspeito afirmou ter sido ameaçado novamente e que foi agredido por Patrícia com um soco na testa. Na luta corporal, ele matou a delegada. Quanto à história de que o casal havia sido sequestrado, Tancredo afirmou que foi inventada, mas que não foi previamente planejada. “Foi acontecendo, não foi nada criado. Tanto que não tem nem pé, nem cabeça.”
BRIGAS E AMEAÇAS
O rapaz, que também responde por falsidade ideológica por atuar como médico, sem possuir autorização, narrou ainda os momentos antes do crime, afirmando que era ameaçado pela advogada: “Ela ameaçava sempre, e o ameaçar dela não me intimidava”, declarou.
“Não foi a primeira vez, Patrícia não aceitava término de jeito nenhum”
Tancredo afirmou, ainda, que o casal havia discutido em casa e que ele planejava terminar o relacionamento, mas que Patrícia não havia deixado.
“Na noite do ocorrido, a gente tava em Santo Antônio de Jesus, onde eu já tinha falado com ela que queria ir embora, que não estava mais aguentando [algumas] situações. Ela era muita agressiva, sempre foi muito agressiva. Eu tinha feito a minha mala, mas ela não deixou e pegou a arma, me ameaçou. Ameaçou me matar, matar a filha. Depois ela se acalmou mais e a gente decidiu ir pra rua”.
Após saírem para jantar, o rapaz contou que Patrícia havia ingerido muito álcool. “Ela bebeu muito, sempre teve problema com bebida”. Ainda durante o depoimento, o suspeito chegou a parar em determinados momentos afirmando que: “Não é legal lembrar, não sou um monstro”.
Tancredo Neves teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva e deve ser levado para o Presídio de Salvador, no bairro da Mata Escura, nesta terça-feira (13)
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