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Camamu e Wenceslau Guimarães estão entre as 5 piores cidades da Bahia em qualidade de vida

  • Foto do escritor: Vandinho
    Vandinho
  • 31 de mai.
  • 3 min de leitura

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Foto - Divulgação


Bem-estar, ensino, proteção e habitação. Esses são alguns dos fundamentos que, quando adequadamente geridos, ajudam a garantir a qualidade de vida dos habitantes de qualquer localidade. Focando nos serviços básicos disponibilizados à população, o Índice de Progresso Social (IPS) examina o desempenho social e ambiental dos municípios do Brasil. Recentemente, foi publicado o ranking que revela as melhores e piores classificações.


Na classificação das cidades brasileiras com as melhores condições de vida, a Bahia ocupa o 22º lugar. O estado alcançou uma média de 57,67 com base na avaliação de todos os seus municípios. O Distrito Federal (69), São Paulo (66) e Santa Catarina (64) estão no topo da lista. Entre os elementos que influenciam o baixo desempenho da Bahia estão a insegurança e a dificuldade de acesso ao ensino superior.


As maravilhas naturais de Camamu, localizada no sul da Bahia, atraem visitantes de diversas partes do Brasil, mas escondem a dura realidade vivida pelos habitantes locais. Conforme o Índice de Progresso Social, a cidade apresenta a menor qualidade de vida do estado da Bahia, alcançando apenas 46,43 pontos em uma escala que vai até 100, com os resultados mais preocupantes nas áreas de segurança, saúde e educação.


Maria Selma Pereira, de 61 anos, residente em Camamu, expressa que a comunidade sente a falta de instituições de ensino superior na região. A universidade mais acessível é a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), situada em Itabuna, que está a 120 quilômetros de distância. “Aqui não há faculdade, e isso é algo fundamental. Os estudantes são obrigados a deixar a cidade para conseguir um diploma, o que é inadmissível. Além disso, as unidades de saúde enfrentam uma alta demanda, resultando em longos tempos de espera para agendar consultas,” critica.


Um aspecto delicado para a cidade de 30 mil residentes, conforme apurado pela pesquisa, é o homicídio de jovens. Não é surpreendente que Camamu esteja entre as 63 cidades brasileiras que fazem parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, implementado pelo Governo Federal. Esse programa monitora as taxas de mortes violentas em localidades que são vistas como “prioritárias” nesse contexto.


Informações publicadas este ano indicam uma queda na quantidade de homicídios. Camamu apresentou uma taxa de 151 mortes violentas por 100 mil habitantes em 2021, reduzindo esse número para 75 em 2023. A reportagem tentou entrar em contato com a prefeitura da cidade por meio dos números de telefone e e-mail disponíveis em canais oficiais, mas não recebeu resposta sobre a posição do município no ranking. O espaço continua disponível para comentários.


Segundo o professor Horacio Nelson Hastenreiter, que coordena o mestrado em Gestão da Segurança Pública na Universidade Federal da Bahia (Ufba), a sensação de segurança da população está profundamente conectada ao seu bem-estar. “Em algumas comunidades sob a influência de gangues, as liberdades de movimentação e permanência são afetadas por situações geradas e por períodos mais intensos de conflito”, afirmou em uma entrevista anterior ao CORREIO.


O educador também menciona a Pirâmide de Maslow, que aponta a necessidade de segurança como uma das necessidades fundamentais dos seres humanos. No ano passado, Camamu chamou atenção da mídia após o desaparecimento da professora Ariane Roma dos Santos, de 36 anos.


Naquela ocasião, a Polícia Civil chegou a informar que o corpo de Ariane havia sido descoberto desmembrado em uma zona florestal, mas isso se referia a outra pessoa. Existe a suspeita de que a professora, que até agora não foi localizada, tenha sido assassinada pelo ex-parceiro.


Juntamente com Camamu, outras localidades nas proximidades do município do baixo sul estão entre as que apresentam os menores índices da Bahia. Exemplos disso são Taperoá (48), Belmonte (47,3) e Wenceslau Guimarães (47,1/100). A coordenadora do IPS Brasil, Melissa Wilm, destaca que a costa do estado abriga as regiões mais problemáticas.


As questões prioritárias no estado estão focadas principalmente na acessibilidade à educação superior e na segurança individual, especialmente na costa da Bahia. Segundo a análise, a Bahia não é um estado uniforme, mostrando variações consoante a área. Pilão Arcado, localizada no Vale do São Francisco, figura entre as cinco cidades com as piores condições de vida do estado.


As administrações de todas as cidades da Bahia mencionadas na matéria foram contatadas por meio de seus canais oficiais. A administração de Taperoá foi a única que respondeu em relação ao índice. Em comunicado, a prefeitura informou que tomou conhecimento do estudo e que está empenhada em aprimorar os resultados do município.

Maysa Polcri


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