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Com reservas confirmadas de vanádio, jazida de Maracás volta ao radar e pode colocar o Brasil entre os líderes globais de metais críticos

  • Foto do escritor: Vandinho
    Vandinho
  • há 13 horas
  • 4 min de leitura

No sertão da Bahia, mais precisamente no município de Maracás, está localizada uma das maiores e mais puras reservas de vanádio do planeta — um metal estratégico cada vez mais disputado na transição energética global.


Trata-se da Mina Maracás Menchen, operada pela Largo Inc., uma mineradora canadense que vem transformando a região em um polo de exportação de minerais críticos de altíssimo valor tecnológico.


Ainda pouco conhecida do público geral, essa jazida brasileira já abastece mercados internacionais e tem potencial para colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais de vanádio, atrás apenas de gigantes como a China e a Rússia. E o mais impressionante: com custos operacionais entre os mais baixos da indústria.


O que é vanádio e por que o mundo quer tanto?


O vanádio (V) é um metal de transição usado tradicionalmente para fortalecer o  aço de construção, especialmente em vergalhões, tubulações e estruturas de pontes e edifícios. Mas sua importância geopolítica disparou nos últimos anos por outro motivo: seu uso em baterias de fluxo redox, tecnologia promissora para armazenamento de energia renovável em grande escala.


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Enquanto o lítio é protagonista em baterias portáteis e automotivas, o vanádio desponta como solução para armazenamento estacionário, ideal para usinas solares e parques eólicos — um componente-chave na consolidação da matriz energética limpa e descentralizada.


Maracás Menchen: a mina brasileira de vanádio que impressiona o mercado


A mina da Largo Inc. entrou em operação comercial em 2014, mas foi nos últimos anos que passou a ser considerada uma peça-chave na cadeia global de suprimentos minerais. Ela se destaca por:


  • Teores altíssimos de V₂O₅ (pentóxido de vanádio) – cerca de 0,8%, superior à média global

  • Verticalização da cadeia: a empresa extrai, processa e entrega produtos com valor agregado, como VPURE® e VPURE+®

  • Vida útil de até 31 anos com expansão já em curso

  • Custo operacional entre US$ 4,50 e US$ 5,50 por libra, considerado um dos mais baixos da indústria

  • Operação integrada com planta de titânio (ilmenita) e exploração futura de outros depósitos no mesmo distrito mineral.


Produção atual e projeções até o final de 2025


De acordo com relatórios recentes da própria empresa, a produção em 2024 foi de aproximadamente 9.264 toneladas de vanádio (V₂O₅ equivalente), com vendas ao mercado internacional chegando a 9.600 toneladas. A projeção para 2025 é ainda mais ambiciosa: entre 9.500 e 11.500 toneladas produzidas.


Além disso, a planta de processamento de ilmenita, inaugurada recentemente, tem meta de entregar até 35.000 toneladas do concentrado de titânio até o fim de 2025.


Para onde vai o vanádio brasileiro?


O vanádio produzido em Maracás é exportado para indústrias de  aço de alto desempenho, fabricantes de catalisadores, e mais recentemente, empresas de energia interessadas em baterias de fluxo redox.


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O Brasil, com essa única mina ativa, já aparece como player relevante no comércio global de vanádio, sendo um dos poucos países fora da China com capacidade de fornecer volumes consistentes e estáveis do metal.


A geologia rara que favorece Maracás


Diferente de outras jazidas mundiais, a de Maracás combina altos teores com facilidade de beneficiamento. O depósito está hospedado em rochas chamadas rochas máficas ultramáficas — e possui zonas contínuas e espessas de magnetita titanífera rica em vanádio.


A recuperação metalúrgica é elevada, o que ajuda a garantir margens operacionais amplas mesmo em ciclos de baixa do preço global.


Além disso, a empresa identificou novos depósitos satélites como Gulçari Norte e Novo Amparo, que podem estender a vida útil da mina até 2050.


Sustentabilidade e inovação


A Largo Inc. tem investido em práticas ambientais modernas, incluindo reuso de água no beneficiamento, gestão rigorosa de rejeitos e recuperação de áreas mineradas.


Recentemente, também começou a recuperar vanádio a partir de pó de forno e rejeitos sólidos, elevando a eficiência e reduzindo a dependência da extração bruta.


Além disso, a empresa também desenvolve projetos para uso do próprio vanádio em soluções energéticas, como baterias de fluxo verticalizadas, com marca própria — um movimento raro para uma mineradora.


O papel do Brasil na nova geopolítica dos metais críticos


Com a explosão da demanda por baterias, turbinas e tecnologias limpas, metais como vanádio, cobalto, lítio e terras raras ganharam status de “metais do futuro”. Países como EUA, Japão e União Europeia têm criado políticas para garantir suprimento seguro desses insumos — muitas vezes sob tensão com a China, que domina o refino de boa parte deles.


Nesse contexto, o Brasil surge como alternativa confiável e democrática, com vastos recursos naturais, legislação estável e capacidade técnica. A mina Maracás Menchen é um dos ativos que sustentam esse posicionamento estratégico.


Poucos brasileiros sabem, mas no coração do sertão baiano está uma das chaves para a energia do futuro. A mina de vanádio de Maracás, operada pela Largo Inc., já é uma realidade tecnológica, econômica e geopolítica.

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Com potencial de abastecer tanto a indústria do  aço quanto o setor de energia limpa, essa jazida tem tudo para consolidar o Brasil como líder global no mercado de vanádio, abrindo espaço para investimentos, empregos qualificados e fortalecimento de cadeias produtivas de alto valor.


 
 
 

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