O papa Francisco, que concluiu um giro de 12 dias ao sudeste asiático e à Oceania, acusou, nesta sexta-feira (13), os candidatos presidenciais americanos, o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris, de serem “contra a vida”.
O jesuíta argentino de 87 anos retornou a Roma nesta sexta-feira após a viagem mais longa e mais distante de seus onze anos e meio de pontificado. Francisco, que visitou Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, dissipou as dúvidas sobre sua saúde.
No avião que o trouxe de volta à Itália, o pontífice respondeu às perguntas dos jornalistas sobre temas como a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, bem como as eleições presidenciais americanas de 5 de novembro.
Referindo-se aos candidatos à Casa Branca, o ex-presidente Trump e a vice-presidente Harris, afirmou: “Ambos são contra a vida, tanto o que expulsa os migrantes quanto o que mata as crianças”.
Trump colocou a imigração, uma das principais preocupações dos eleitores segundo as pesquisas, no centro de sua nova candidatura à Casa Branca. Sua rival, Kamala Harris, o acusa de espalhar mentiras, entre outros temas, sobre o direito ao aborto, que ela apoia.
“Não sou dos Estados Unidos, não vou votar lá. Mas sejamos claros: tanto não dar aos migrantes a possibilidade de trabalhar quanto não lhes fornecer acolhida é um pecado, é grave”, declarou Francisco, segundo a transcrição para o espanhol de suas declarações em italiano, publicada no portal Vatican News.
“Na moral política, no geral se costuma dizer que não votar é ruim, não é bom. É preciso votar e é preciso escolher o mal menor. Quem é o mal menor? Essa senhora ou esse senhor? Não sei, que cada um pense com sua consciência” e tome sua decisão, acrescentou.
Questionada sobre tais comentários, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que “o papa fala por si próprio”. “Não conversei com o presidente sobre os comentários específicos do papa sobre as próximas eleições”, acrescentou.
Francisco frequentemente se pronuncia sobre migrantes e denuncia que são rejeitados pelas sociedades ocidentais. O pontífice também costuma reiterar sua oposição ao aborto, o qual compara a um “assassinato”.
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