Com a prisão de Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, as revelações do acordo de delação premiada de Ronnie Lessa começam a ter conhecimento público.
Conforme o documento, o crime foi idealizado pelos irmãos Brazão, mas o planejamento ficou por contata de Rivaldo.
“Apesar de não ter idealizado, ele [Rivaldo] foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato”. Diz relatório da Polícia Federal.
Irmãos Brazão e delgado Rivaldo Reprodução
Trama para evitar PF nas investigações
Rivaldo teria exigido que o crime não acontecesse em frente a câmara de vereadores, pois iria caracterizar crime político, o que exigiria a presença da Polícia Federal nas investigações.
“Tal exigência afastaria a hipótese de crime político e, por consequência, a atribuição da Polícia Federal para investigar o caso”, informa o documento da PF.
Segundo Lessa, o crime ficaria impune, pois Rivaldo que foi nomeado para coordenador da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil um dia antes dos assassinatos, garantiria a impunidade.
Lessa também revelou ter sido procurado por Edimilson Oliveira da Silva, o “Macalé” com a proposta para matar Marielle, em troca, eles ganhariam um lote Rua Comandante Luís Souto, Tanque, no Rio.
Relação indevida de Barbosa com os Brazão é anterior a morte de Marielle
O diretor-geral da Polícia Federal Andrei Rodrigues, disse em entrevista que a relação indevida dos irmãos Brazão, com Rivaldo Barbosa é anterior ao assassinato da vereadora e o motorista Anderson Gomes.
Rivaldo trabalhou para tirar o foco da investigação e consequentemente obstruir a justiça.
O diretor da PF não descarta a descoberta de novos elementos. Mas afirma que em relação aos mandantes a investigação está concluída.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski, informou também que a operação teve que ser antecipada devido ao risco de vazamento e possível fuga dos suspeitos, por esse motivo eles foram surpreendidos num domingo.
Quem mandou matar Marielle? Foi questionamento por seis anos
A pergunta: quem mandou matar Marielle? foi motivos de vários debates e manifestações no Brasil e em partes do mundo. A vereadora carioca, foi assassinada em 14 de março de 2018, no Centro do Rio, ela seguia para casa, localizada no bairro da Barra da Tijuca.
O carro era conduzido por Anderson Gomes, 39 anos, que também faleceu. A assessora Fernanda Chaves, 43 anos, estava no banco de trás, ela sobreviveu.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz
O crime aconteceu na altura do rua Joaquim Palhares, Praça da Bandeira, quando o Chevrolet Cobalt, se aproximou, emparelho no carro onde estava a vereadora, e um homem disparou nove vezes.
Marielle foi ferida por três tiros de pistola 9mm na cabeça e pescoço, já o motorista recebeu três tiros nas costelas. A assessora ficou ferida por estilhaços.
Um ano após Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram presos, a investigação revelou que o primeiro disparou os tiros, enquanto o segundo dirigia o Cobalt.
Nos últimos cinco anos, as investigações pouco avançaram em direção aos mandantes, o próprio Ministro da Justiça disse hoje que durante esse tempo as investigações foram “infrutíferas” sob o comando da PC do Rio. g1
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